Esse poeta parkinsoniano faz-nos refletir sobre esse sublime privilégio
que é ser mãe e mulher, ou MUÃLHER.
Obrigada, Alceu!
MUÃLHER
SUBLIME PRIVILÉGIO
Mulher,
Mais que o fulgor do raiar matinal,
Mais que os matizes do arco-íris divinal,
Mais que o festival de cores do reino vegetal,
Mais que a pureza do diamante no estado natural,
Mais que a doçura do mel no favo artesanal,
Mais que o vigor do impetuoso vendaval,
Mais que a suavidade do cântico angelical,
Mais que o espelho cristalino do leito fluvial,
Mais que as luzes estelares da abóbada celestial,
Por uma deferência especial
Do Criador da nossa alma imortal,
O seu brilho a tudo transcende,
Pontificando o seu instinto maternal.
Mãe,
Deus não lhe deu, apenas lhe emprestou o dom da maternidade,
Faço este reparo com natural propriedade e muita responsabilidade,
Pois como tudo que nos legou, dentro da Sua infinita bondade,
Tem caráter transitório, como nosso corpo, sujeito à mortalidade.
Essa reserva de direitos faz sentido, tem toda objetividade,
Afinal, cabe ao Autor o controle da qualidade.
Mulher,
Você, apesar de todos os “mais” atrás citados, há que ter maturidade,
Reconhecer o seu papel no processo da gestação e da maternidade,
Saber que o direito tem limitação e o dever mais elasticidade,
Que à mãe e ao pai cabe a educação sem tolher do filho a liberdade,
Mostrar a este o bom caminho até sua derradeira entrega à Sociedade,
Despojada, agradecer o privilégio, mesmo sem possuir o certificado de propriedade.
Mãe,
Penitencie-se do eventual egoísmo de dominação em relação ao trato da sua cria,
Seja prudente e humilde, lembre o episódio do Anjo Gabriel e Maria,
Ela de antemão aceitou a Missão, ciente do sofrimento que adviria,
Eis que geraria o Salvador do mundo e o mundo O rejeitaria.
MUÃLHER
Mulher e mãe, ouça este conselho de poeta:
Se o seu rebento é portador de alguma deficiência, não o esconda da humanidade,
Pois o Criador reservou para ele o remédio da solidariedade.
Alceu Sebastião Costa
Maio/2013
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